Para celebrar este dia, nada melhor que um poema de Sophia de Mello Breyner.
Primavera
As heras de outras eras água pedra
E passa devagar memória antiga
Com brisa madressilva e primavera
E o desejo da jovem noite nua
Música passando pelas veias
E a sombra das folhagens nas paredes
Descalço o passo sobre os musgos verdes
E a noite transparente e distraída
Com seu sabor de rosa densa e breve
Onde me lembro amor de ter morrido
– Sangue feroz do tempo possuído.
Sophia de Mello Breyner Andresen