“De 2 a 6 de Maio decorrerá, no Agrupamento Vertical Escolas de Abação, a IV Feira do Livro. Haverá, ao longo desta semana, actividades diversas das quais se destacam Horas de Conto, Teatro de Fantoches e Recitais de Poesia. Este evento contará, também, com a participação da escritora Madalena Santos cuja presença enriquecerá culturalmente o nosso Agrupamento.
Com o objectivo de abarcar os mais variados públicos, no dia 4 de Maio, a feira estará aberta até às 22 horas, contando com a actuação da Tuna do Agrupamento de Abação “Sons da Montanha”.
Como vem sendo tradição, esta feira encerrará com um Café Concerto intitulado “Olhos nos Olhos…à descoberta do Outro!” cuja entrada carece de convite.
O Agrupamento Vertical Escolas de Abação conta com a presença de todos na Feira do Livro.”

Escritor João Pedro Mésseder em Abação

Segunda-feira, 4 de Abril de 2011

João Pedro Mésseder vem ao nosso Agrupamento

No próximo dia 4, segunda-feira, João Pedro Mésseder vem ao nosso Agrupamento para fazer uma palestra aos alunos do 6º e do 8º ano.
Aguarda-se a sua vinda com expectativa!

BIOGRAFIA

JOSÉ ANTÓNIO GOMES – 1957- …

OBRA

João Pedro Mésseder nasceu em 1957, no Porto, e aí completou os estudos universitários, tendo-se licenciado em Línguas e Literaturas (estudos ingleses e alemães). Lecciona Literatura Infantil aos futuros professores, na Escola Superior de Educação do Porto. Poeta e contista, ensaísta e romancista, colabora em diversas iniciativas promovidas por várias escolas e instituições com conferências e palestras no âmbito de semanas da leitura e literárias dinamizadas por Bibliotecas Escolares e organizadas pelo Plano Nacional de Leitura, em parceria com a Gulbenkian e em colaboração com os Ministérios da Educação e da Cultura. Apresentou dissertação de Mestrado (1992) e de Doutoramento (2002) em Literatura Infantil, na Universidade Nova de Lisboa, subordinadas, respectivamente, aos temas: “A Poesia na Literatura para a Infância”, publicada em livro em 1993 (Porto, Asa); “Espelhos e Sombras: Representações do Eu em Luísa Dacosta”. Recebeu o Prémio Literário Maria Amália Vaz de Carvalho, 1999, da Câmara Municipal de Loures, pelo livro Fissura (Caminho, 2000).

Publicações para crianças e jovens: Ordem Alfabética; Versos com Reversos (Caminho, 1999), nomeado para a «IBBY Honour List» de 2000, De Que Cor É o Desejo? Breviário do Sol; Breviário da Água; O G é um gato enroscado; Palavra que voa; A Canção dos Piratas; Romance do 25 de Abril. Publicou ainda, entre outras, a obra: “Era uma vez outra vez”, panóplia de contos e recontos, poemas e outros textos do próprio e de outros autores a atestar o perfil de interesse didáctico da sua obra. Tem colaboração dispersa em obras colectivas, revistas e jornais.

Quatro obras do João Pedro Mésseder que temos na nossa biblioteca:

Miguel Torga (1907-1995) foi um admirável escritor da literatura portuguesa, com uma maneira única de contar, de falar de si e de captar, em verso e em prosa, os pequenos e grandes momentos da vida. E a sua foi uma vida invulgar. Neste livro, a escrita de João Pedro Mésseder e as imagens de Inês de Oliveira dão a conhecer o fascínio que Torga sentia pelas palavras, pelo país, pelos bichos, pelas crianças e pelos seus semelhantes. E também pelo «reino maravilhoso« onde nasceu.

E se um menino se chamasse Portugal?
Ou então: pode o Portugal do antes do 25 de Abril ser comparado a um menino?
Ora por que não?
Ouçam pois a sua história: como cresceu e sofreu e lutou até, já adulto, ver realizado um sonho.
E que sonho foi esse? O da liberdade, é claro. Mas imaginou também uma democracia e uma justiça que julgou possíveis no seu país à beira-mar. Esse país onde hoje o mesmo menino, homem feito agora, continua atento a sonhar com um mundo melhor.

A água pura, diziam os antigos, bebe-se pelo coração. É essa remota água que o novo Breviário de Francisco Duarte Mangas e João Pedro Mésseder procura redescobrir nas palavras, através da palavra. Com paciência de vedor, foram ao Gerês, escreveram o Douro.

Não te esqueças…aparece na Tua Biblioteca Escolar!

A sugestão de Ana Dias

«Os Putos»

Uma bola de pano, num charco
Um sorriso traquina, um chuto
Na ladeira a correr, um arco
O céu no olhar, dum puto.

Uma fisga que atira a esperança
Um pardal de calções, astuto
E a força de ser criança
Contra a força dum chui, que é bruto.

Parecem bandos de pardais à solta
Os putos, os putos
São como índios, capitães da malta
Os putos, os putos
Mas quando a tarde cai
Vai-se a revolta
Sentam-se ao colo do pai
É a ternura que volta
E ouvem-no a falar do homem novo
São os putos deste povo
A aprenderem a ser homens.

As caricas brilhando na mão
A vontade que salta ao eixo
Um puto que diz que não
Se a porrada vier não deixo

Um berlinde abafado na escola
Um pião na algibeira sem cor
Um puto que pede esmola
Porque a fome lhe abafa a dor.

Ary dos Santos

Sugestão de Isabel Monteiro…

«Cântico Negro»


“Vem por aqui” — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: “vem por aqui!”
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali…
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos…
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: “vem por aqui!”?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí…
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?…
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos…

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios…
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios…
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: “vem por aqui”!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou…
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!

José Régio

A sugestão de Luís Filipe…

«Trova do Vento que Passa»

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio — é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

Manuel Alegre

Semana da Leitura


de 21 a 25 de Março decorrerá, no nosso Agrupamento, a Semana da Leitura. A abertura «oficial» será feita no dia 21 às 9 horas, com a leitura de um poema em todas as salas do Agrupamento.
Durante a semana, teremos ainda recitais de poesia, horas de conto, concurso de leitura, maratonas de leitura e um workshop sobre marcadores de livros.
Seremos também agraciados com a presença da escritora Conceição Sousa, que apresentará o livro «Eu ou Ela».
A semana encerrará com a apresentação da peça «Vaga-Lume» pelo Atelier de Teatro «O Actor das Palavras».
Aparece na tua Biblioteca e terás agradáveis surpresas!

Desfruta da leitura porque… «A leitura engrandece a alma e nutre a inteligência»!!!

«Pelos Caminhos de Abação»

Nos dias 28 de Fevereiro e 2 de Março, a escritora Maria do Céu Nogueira visitou todas as nossas EB1/JI.
Alegre, dinâmica, expressiva e cativante, «apaixounou» todos os nossos alunos com as suas histórias.
As escolas EB1/JI Agostinho da Silva e a escola EB1/JI de Pinheiro agraciaram a nossa escritora com interessantes pecinhas de teatro!







Feliz Natal e Bom Ano Novo


Disse Carlos Drumond de Andrade: «Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ANO, foi um indivíduo genial, industrializou a ESPERANÇA, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação… e tudo começa outra vez com outro número e outra vontade de acreditar que daqui por diante vai ser diferente.»

Só depende de nós… das nossas escolhas… Neste final de 2010, reserva um tempo para reflectires e elimina tudo o que não te deixa feliz. Assim vais sentir-te mais leve e pronto para iniciar um novo ciclo.

A tua Biblioteca Escolar deseja-te um Feliz Natal e um bom Ano Novo de 2011!

Deixamos-te aqui algumas sugestões de leitura nesta época festiva:

Cinco histórias e uma breve peça de teatro que têm em comum a celebração do Natal. Na primeira, o Pai Natal contrata um rapaz muito guloso, que troca as prendas a distribuir; na seguinte, três bruxas reclamam por nunca receberem prendas; quando queremos chegar a horas à nossa terra para celebrar o Natal em família e só temos contratempos, quase choramos de raiva – assim aconteceu com o João Bicudo; o quarto conto relata-nos o milagre dos sacos cheios dos pobres que deram o pouco que tinham; no último conto, um engarrafamento na estrada, em noite de Natal, transforma-se em presépio, com o nascimento inesperado de uma criança. Na peça final, as mulheres dos reis magos também vão adorar o Menino Jesus.

Manuel recorda um Natal muito especial, aquele em que teve a oportunidade de conhecer o pai, há longos emigrado no Brasil. Acompanhamo-lo na descrição da aldeia, Pedra de Hera de seu nome, na transição do Outono para o Inverno, quando a paisagem se tinge de castanho e caem os primeiros flocos de neve, empurrados pelo vento, e na preparação da consoada. As brincadeiras com os amigos, a recolha do musgo, a construção do presépio, a confecção dos fritos e dos doces tradicionais são quadros bem vivos. A chegada do pai, com o forte abraço dado ao filho, e a ceia de Natal, com a reunião da família e dos amigos, constituem momentos de grande autenticidade afectiva naquele mundo rural.

Joana, menina rica e prisioneira no seu jardim, faz amizade com o Manuel, criança órfã e pobre, que vive num estábulo na companhia de uma vaca e de um burro. Todos os dias se encontram e conversam debaixo do cedro. Na noite de Natal, ao aperceber-se de que os pobres não têm presentes, resolve sair para procurar a cabana onde dorme o seu amigo para lhe dar as prendas que tinha recebido. Sente frio e medo, mas não desiste; orientada por uma estrela, penetra no pinhal onde encontra os três reis magos que também se dirigiam para a cabana. Quando ali chegaram, viram um casebre sem porta inundado pela claridade dos anjos; ali estava, deitado na palha, o Manuel. A Joana ajoelhou-se e poisou no chão os presentes.

Este livro conta-te todos os factos festivos que sempre desejaste saber mas estavas demasiado cheio de bacalhau e peru para perguntar. Queres saber uma cantiga de pantomina muito ordinária? Porque é que se come peru no Natal? O que é que a Coca-Cola tem a ver com o fato do Pai Natal?Lê este livro para conheceres a comida das festas, histórias que te causarão arrepios na espinha e crúeis tragédias natalícias. Fica a saber a verdade acerca dos curiosos costumes de Natal, e conhece o pequeno ajudante do Pai Natal… cuja função era ser mau para as crianças que se tinham portado mal. A História nunca foi tão HORRÍVEL!